Crédito imobiliário cai 9,1% no 1º semestre e Abecip vê 2017 no vermelho – G1

O desemprego está caindo e agora alcançou 13%. Esta é uma boa notícia, mas só para entendermos um pouco melhor as causas e consequências, segue link e 2 parágrafos do mesmo:

http://g1.globo.com/economia/noticia/desemprego-fica-em-130-em-junho.ghtml

“Verificamos que houve crescimento na indústria alimentícia, motoristas de transportes de passageiros e também nos segmentos ligados à beleza, como cabelereiros, pedicure e manicure. Nessa última categoria, é maciça a presença de pessoas que trabalham por conta própria”, afirmou Azeredo.

A população ocupada, que era de 90,2 milhões no trimestre, cresceu 1,4% (mais 1,3 milhão de pessoas) em relação ao trimestre entre janeiro e março. “É importante notar que esses mais de 1,3 milhão que entraram no mercado de trabalho o fizeram por vias informais, sem carteira assinada”, observou Azeredo.”

Estamos falando que aqueles que ficaram desempregados e se associaram à Uber e assemelhados, que abriram seu negócio próprio ou estão prestando serviços em salões de beleza ou montaram seu negócio próprio no estilo “food truck”, MUITOS destes para sobreviverem depois de terem ficado desempregados, é que estão sustentando esta “recuperação”.

Houve algum crescimento efetivo na economia, na produtividade, nos negócios gerados, nos investimentos, no consumo das famílias, etc, etc, etc, que pudesse servir de base para garantir a empolgação ou sustentabilidade deste crescimento dos empregos, ou isto foi simplesmente uma REDISTRIBUIÇÃO de receitas, onde estes novos entrantes estão disputando com os atuais, SEM AUMENTO DE DEMANDA, ou seja, o que “pinga” de receitas para uns, está tirando de outros?

Alguém viu o movimento dos taxistas no RJ? Lembram-se de reportagem recente falando de pessoas que estavam se super-endividando no cartão de crédito graças ao Uber e equivalentes? E os resultados do “PIB do setor alimentício”, que não tem sido nada promissores? E as quedas no PIB do setor de serviços?

O que consta no parágrafo anterior, são fortes indicadores, quando analisado em conjunto com vários outros, de que o crescimento dos empregos se dá através de uma redistribuição do que alguns estavam recebendo de rendimentos para um novo grupo de entrantes, ou seja, alguns reduzem seus ganhos para que outros passem a ter algo para sobreviver.

“Soluções” como as que constam acima são tipicamente CONTINGENCIAIS, não estão sendo resolvidas a causa raiz do problema, acaba “cobrindo um santo para descobrir outro” e isto significa que não é algo “sustentável”, afinal não tem como disparar com a demanda por serviços de motoristas, cabeleireiros e alimentação fora, ao contrário, com a queda da renda pelo excesso de concorrência, estes tendem a cair e o movimento de ajuste natural é que os melhores sobrevivam e os piores desistam, desfazendo este efeito temporário e contingencial da recuperação de empregos que vimos pelos números e informações no início deste comentário.

É ÓBVIO que o governo vai comemorar FORTEMENTE esta recuperação, a imprensa vai noticiar esta comemoração sem NENHUM espírito crítico e daqui a pouco o MauricioSP entra no melhor esquema de papagaio de pirata e replica tudo isto por aqui, no entanto, sabemos que parte da “viabilidade” para que estas contingencias existissem, se deu através de ações de efeito TEMPORÁRIO adotadas pelo governo, como por exemplo, a liberação do FGTS de inativos (em Sábados em que a CEF abria para pagar o FGTS, víamos aumento desproporcional nas áreas de alimentação dos shoppings, food trucks, etc, o mesmo certamente se refletia para salões de cabeleireiros, contratação de serviços de Uber, etc).

A “qualidade” e sustentabilidade do aumento dos empregos ao longo do tempo, garantindo que isto ocorra de forma “saudável” e positiva para economia, só será possível quando atacarem de frente a causa raiz dos problemas, quando combaterem de verdade os efeitos das bolhas ao invés de apagar incêndio com gasolina, quando retomarem investimentos que possam gerar ganhos logísticos relevantes para o país, quando ocorrerem movimentos que impulsionem um reforço na educação do brasileiro, quando em virtude destes dois últimos itens as pessoas se tornarem mais produtivas e as empresas ganharem competitividade quanto ao comércio exterior, quando tivermos um ajuste fiscal de verdade que transmita mais segurança para investidores, etc, etc, etc… Infelizmente ainda estamos muito longe de tudo isto e quanto mais cortina de fumaça jogarem, quanto mais os “especialistas” ajudarem a enganar as pessoas, mais distante ficará esta recuperação mais consistente, tanto dos empregos quanto da economia.