Setor imobiliário vê sinal amarelo e desacelera – Folha.com
Notícia um pouco atrasada, já bastante debatido no site, mas antes tarde do que nunca
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/922889-setor-imobiliario-ve-sinal-amarelo-e-desacelera.shtml
Após forte crescimento nos últimos anos, o setor imobiliário começa a dar indicações mais fortes de desaquecimento, pressionado, sobretudo, por preços altos, desaceleração da demanda e ritmo menor de lançamentos.
O sinal amarelo acendeu já no primeiro trimestre deste ano, quando construtoras e incorporadoras apresentaram dados de vendas e lançamentos bem abaixo dos vistos em 2010.Mais recentemente, o Secovi-SP, sindicato que representa o setor em São Paulo, divulgou uma queda de 61,8% nas vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista em março contra um ano antes e recuo de 16,2% sobre fevereiro.
“Redução do crédito, aumento das taxas de juros e migração de investimentos em poupança para outros com retorno maior têm contribuído para um arrefecimento da demanda”, afirma o economista e professor de Finanças da BBS Business School, Ricardo Torres.
Mais otimista, o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, disse à Reuters na ocasião da divulgação dos dados de março que a queda foi pressionada por questões sazonais. “O primeiro trimestre sazonalmente é o que vende menos e esse ano foi agravado pelo Carnaval no início de março. A comparação anual também é muito dura. No primeiro trimestre de 2010 o país vivia uma euforia total.”
Somado a isso, a segunda fase do Minha Casa, Minha Vida, que ainda não saiu do papel, vem pesando sobre a demanda, principalmente a da população de baixa renda. De fato, há um ano, o programa habitacional do governo era citado pelo mercado como o principal motor de crescimento do setor.
“Isso [paralisação do programa] causa represamento. Quem depende do subsídio para comprar um imóvel vai aguardar”, assinala o analista Wesley Bernabé, do BB Investimentos.
“As empresas colocaram o pé no freio em lançamentos em meio à discussão de aumento de preços [dentro do programa] e o setor já vem sofrendo pressão de custos. Hoje uma parcela representativa do mercado ficou em ‘standby'”, diz o analista Marcos Pereira, da Votorantim Corretora.
Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o nível de atividade da indústria da construção civil caiu para 48,3 pontos em abril, contra 49,5 no mês anterior. Valores acima de 50 indicam crescimento da atividade e expectativa positiva.
“O ritmo de crescimento das empresas [do setor imobiliário] deve ter uma nova realidade, mais alinhado com o Produto Interno Bruto”, afirma Pereira.
ESTOQUES
Tema recorrente em discussões sobre os rumos do setor, a forte valorização imobiliária vista nos últimos anos é outro fator que divide opiniões entre agentes de mercado.
Enquanto alguns defendem que houve uma correção natural de preços após anos de estagnação, outros apontam que a queda de preços é necessária para sobrevivência das construtoras.
“As incorporadoras não têm mais como comprar terrenos em grandes cidades e ainda têm estoque gigantesco para vender. Têm que oferecer descontos para atrair investidores”, afirma Torres, da BBS.
O analista Pereira, da Votorantim, concorda que as distorções de preços exigirão certa correção para que os estoques de imóveis sejam desovados. “Há um estoque crescente, que tende a aumentar. Pode haver pressão de estoque até o final do ano, resultado do crescimento dos últimos anos.”
Por outro lado, Bernabé, do BB Investimentos, não vê os estoques influenciando a curva de preços para baixo.
“Se os preços caírem muito, há desestimulo muito grande”, afirma. “Se o estoque de unidades prontas atingir um nível maior que o atual, as empresas vão começar a revisar as metas de lançamentos. Não vejo relação com preços.”
No mesmo sentido, Petrucci, do Secovi, é taxativo: “Preço de imóvel não cai, principalmente preço de imóvel novo”.
NEM IMÓVEIS, NEM AÇÕES
A desaceleração do setor vem refletindo também nas ações de construtoras na Bolsa.
“Não é hora de comprar imóvel nem ação das empresas. O momento é muito delicado”, diz o economista e professor da BBS. “Os preços, tanto de imóveis quanto de ações, perderam o contato com a realidade. Não é um bom investimento hoje.”
O analista da Votorantim cita a deterioração geral da Bolsa como um aspecto bastante negativo para as empresas do setor imobiliário, muito dependente de capital estrangeiro.
O Imob, índice que mede o desempenho de 18 ações do setor imobiliário na Bovespa, acumula queda de 7,6% no ano até 27 de maio, um pouco pior que o do Ibovespa –que reúne as ações mais líquidas da bolsa paulista e registra queda de 7,2% no mesmo intervalo.
“Enquanto a bolsa continuar enfraquecida, o setor imobiliário não deve ser uma aposta”, avalia Pereira.
Ele cita ainda a forte pressão de custos sofrida pelas grandes empresas do setor no quarto trimestre de 2010 como responsável por passar uma mensagem negativa aos investidores.
“Não acho que no curto prazo essa percepção negativa vá mudar, talvez no segundo semestre”, diz.
Creio que essa desaceleração, por hora, pode gerar apenas uma pequena redução ou estabilização dos preços, uma vez que ainda há crédito em abundância no mercado.
Pra haver queda mais acentuada, só quando o crédito “barato” acabar mesmo, o que pode ocorrer já no ano que vem ou em 2013 (segundo vem sendo noticiado).
Abraços.
“Preço de imóvel não cai, principalmente preço de imóvel novo”.
Hahaha, na Espanha e nos EUA também diziam que preço de imóvel não cai…
De fato esta certeza em afirmar um fato , realmente causa panico
“Preço de imóvel não cai, principalmente preço de imóvel novo”
Nunca vi afirmação mais infeliz que essa. É o tipo de bravata que alimenta o mito de que corretor tenta aumentar o preço do imóvel.
E o outro que não vê estoque influenciar em preço deveria rever os conceitos. A bolha dos EUA, por exemplo, estourou em 2006 com a maior alta histórica de estoque. Mais uma vez é uma pena que estejamos falando aqui de estoque antes da venda para investidores, como o próprio cara da BBS fala. “Tem que atrair investidores.” É… pra passar o mico da mão das construtoras pra 3os? Excelente dica!
Este blog está há OITO meses perdendo tempo “discutindo” o q os corretores/construtores dizem… É óbvio q o q eles falam não importa em nada…
Abs
preço de imovel não cai…
basta eles comecarem a virar os graficos de cabeca pra baixo…
O que o Leandro comentou acima eu concordo, vai ser uma escasses de crédito e uma fuga de investidores, quando é muito dificil precisar, talvez até antes de 2013, mas certamente não mês que vem
Se o Petrucci estivesse convicto da primeira parte da frase “Preço de imóvel não cai”, por que motivo adicionaria PRINCIPALMENTE preço de imóvel novo? A simples análise sintática dessa frase já revela falta de convicção.
Análise sintática pra avaliação de mercado?
Análise sintática aplicada ao discurso do Petrucci (SECOVI) revela que ele não acredita no que fala. Do ponto de vista psicológico, esse erro na fala pode ser interpretado como um conflito entre seu consciente e seu inconsciente.
Dá pra interpretar assim tb: imovel novo sobe MAIS do q o usado, logo os novos estão MAIS LONGE de queda do q os usados…
Perda de tempo total tentar inferir “verdades” do discurso do cara…
Abs
mandou muito bem
Freud na veia, lapso total esse!!!
Análise freudiana pra avaliação de mercado?
boa, tb tive a mesma impressão, mas vc sintetizou bem a coisa.
“mas certamente não mês que vem”
NÂO ??? Po mas o Duda me GARANTIU isso !!!
E agora? Já vendi minha casa ! Droga !
heheh 🙂
Sorry, não resisti…
Abs