A Bolha vai estourar? – O Estado de S.Paulo
Mais uma ótima reportagem que saiu no Estado de São Paulo hoje. Vejamos
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101130/not_imp647172,0.php
Um amigo, por exemplo, vendeu há três anos um imóvel de dois dormitórios nos Jardins, em São Paulo, por R$ 160 mil. Hoje esse imóvel custa R$ 450 mil – valorização de 30% ao ano por quatro anos consecutivos. Um retorno invejável se comparado a outras aplicações. Pesquisa da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) revela que o preço do metro quadrado de imóveis de dois dormitórios em São Paulo subiu 42,86% no primeiro quadrimestre de 2010, na comparação com igual período de 2009.
E por que pagar 50% a mais pelo metro quadrado por uma diferença de apenas três anos entre os imóveis, já que as demais condições (localização, infraestrutura, etc.) são as mesmas? A justificativa do corretor é a grande alta no preço dos terrenos nos últimos três anos. Ah, bom, então está explicado! Imóveis têm sido vendidos no prazo de uma semana – o prazo normal era de meses e até anos em épocas anteriores. Quebras de lógica assim já ocorreram no boom dos negócios da internet, no final dos anos 1990, e no boom dos flats em São Paulo, no início dos anos 2000. Ambas viraram bolhas que estouraram.
Recente reportagem na TV mostrou um casal que foi passear num shopping, entrou no estande de uma construtora e saiu com apartamento novo. Compra de apartamento por impulso? Essa é nova. Os aluguéis reforçam a suspeita. Em tese, a locação de um imóvel que duplicou de preço deveria também dobrar. Mas a renda do inquilino não duplicou no mesmo período.
Essa pressão inflacionária, se somada a outras possíveis, como o aumento da taxa de câmbio, pode desencadear inflação, já que um quinto dos bens consumidos hoje no Brasil provém do exterior. Mais inflação significa aumento da correção e do valor das parcelas de financiamentos superior ao que muita gente pode pagar. Começaria uma onda de inadimplência. Resultado: algo semelhante à crise do subprime americano. E lá a taxa de juros do crédito imobiliário é de 5%, ante os 12% daqui.
Se os aumentos de aluguel não forem absorvidos pelo mercado, o investimento em imóveis deixaria de ser interessante, pois o valor da locação cairia muito em termos porcentuais em relação ao valor do imóvel. Investidores teriam de vender “estoques” e buscar algo mais rentável, desencadeando uma onda de vendas, contribuindo para estourar a bolha.
Para mim também é evidente a artificialidade dos preços dos imóveis nos últimos 12 meses, pelo menos no Rio de Janeiro onde vivo. As imobiliárias, as incorporadoras, os bancos e os investidores que provavelmente trazem dinheiro de fora para comprar às vezes dezenas de unidades em um único empreendimento, serão os últimos a admitir (se é que um dia o farão) que estamos diante de um monstro crescendo. Não sou economista (sou médico), mas vejo o tão badalado crescimento econômico nos últimos anos apoiado em crédito fácil e irresponsável, e não em poupança e, portanto, um deus com pés de barro que apressão inflacionária com consequente aumento dos juros, pode derrubar com toda facilidade do mundo.
Eu estava pronto para trocar de apartamento no início deste ano, mas agora vou apenas e tão somente ficar quieto para não me meter numa enorme furada.
Pois é Fernando
Obrigado pelo comentário. Bem vindo ao nosso clube…hehe
Eu diria que em Brasília é diferente apenas por que as proporções são diferentes. Aqui a bolha começou a estourar, uma vez que os preços que tinham atingido R$ 1.200,00 / m2 no plano piloto (região central de Brasilia), agora já variam entre R$ 950,00 e R$ 700,00.
Observamos diariamente o desespero dos corretores e construtoras, que tentam plantar notícias nos maiores jornais da cidade desmentindo a bolha e tentando reforçar que os preços sempre sobem em Brasília.
Que venham os próximos capítulos…
São Paulo, vai implodir.
Em 2002, um certo apartamento de 1 quarto, custava US$ 15.000,00.
Nos dias de hoje (2011), o mesmo apartamento, foi avaliado em US$ 152.000,00.
Não digitei errado!
É exatamente isso.
De quinze mil dólares, saltou para, cento e cinquenta mil dólares.
Não é à toa, que vários brasileiros, estão indo as compras nas imobiliárias americanas.
Estou guardando os meus (desvalorizados US$) para quando acontecer o BOOM da implosão, sair as compras no mercado imobiliário.
Ops: E a culpa !? Como sempre, vai ser do Lula! (risos).
No ano de 2009 comprei um apartamento na regiao central de São Paulo, 31 m² por R$ 85000,00 . Hoje em dia 06/2011 já tem apartamento no mesmo prédio sendo vendido por R$ 200000,00 e o pior de tudo, tem gente que compra!
Estou à procura de um novo apartamento, mas está muito caro. Acho que vou juntar dinheiro, e quando a bolha estourar, HA HA HA.