Alerta Geral: risco de bolha imobiliária – Gustavo de Carvalho Chaves
Mais um alerta sobre o mercado imobiliário. Desta vez, quem fala é Gustavo de Carvalho Chaves, da G9 Investimentos. Vale a pena a leitura
Fonte: http://g9investimentos.com.br/artigos/ler/46.html
Faz tempo que o preço dos imóveis no Brasil não condiz com a realidade financeira de uma população que apresenta uma das maiores taxas de inadimplência do planeta e cujo Grau de Endividamento Pessoal nunca esteve tão elevado.
Por outro lado, não há como negar o aquecimento da Construção Civil.
– Mas a que preço?
O que se vê nas principais cidades brasileiras é uma quantidade imensa de lançamentos imobiliários de diversos padrões e para os mais variados públicos. Chama a atenção o número de faixas e letreiros em tapumes de obras e out-doors informando que “está tudo vendido”, muitas vezes em etapas iniciais da construção.
– Será que está mesmo?
Para ser sincero, penso que não. Acredito que isso seja apenas uma “estratégia” de vendas de mau gosto elaborada para justificar o preço exorbitante e fictício cobrado por imóveis que – de modo geral – são minúsculos, de baixíssima qualidade e cujos conceitos e tendências são mero modismo, fruto de pura repetição.
Outro aspecto relevante é que os imóveis usados – ainda que ditos “valorizados”- não estão mais sendo aceitos como parte do pagamento na compra dos novos, o que é uma forte evidência que no futuro próximo o mesmo ocorrerá com estes que hoje estão sendo lançados e/ou construídos.
Sendo assim, aqui cabe uma pergunta:
– Por que investir na compra de um imóvel (novo ou usado), pagar altos juros durante anos se quando finalmente ele estiver quitado (e obsoleto!!!), não será possível usá-lo na compra de outro?
Aluguéis
Outro indício que há algo errado nesse período de euforia imobiliária é a sensível baixa dos preços dos aluguéis.
A relação Valor de Mercado x Preço da Locação nunca foi tão favorável aos inquilinos e conseqüentemente, ruim para os proprietários. São frequentes ofertas de imóveis bem localizados, em bom estado (muitos inclusive mobiliados) por preços inferiores a 0,35% do valor de mercado.
Em outras palavras:
– O “ganho” real do investidor chega a ser inferior ao rendimento mensal da Poupança.
A situação se agrava em relação aos imóveis mais antigos, cuja vacância e depreciação derruba essa relação para níveis onde a rentabilidade real é praticamente nula.
A combinação de supervalorização imobiliária com queda nos preços dos aluguéis aponta para um fenômeno extremamente perigoso e destrutivo para a economia de qualquer país:
– A bolha imobiliária.
SUGESTÃO:
Para quem tem algum dinheiro guardado e está pensando em comprar um imóvel para moradia ou investimento, o momento é de cautela e ponderação.
Por isso, aqui vai uma dica:
– Nunca valeu tanto a pena manter o dinheiro aplicado em renda fixa (poupança, fundos, tesouro direto, etc) e optar pela locação, pelo menos até que o cenário se aproxime da realidade e que oportunidades verdadeiramente lucrativas apareçam.
Finalmente, não podemos esquecer que populações tradicionalmente endividadas tem extrema dificuldade para honrar obrigações de longo prazo – como, por exemplo, parcelas de financiamentos imobiliários – com isso, é praticamente certo que a oferta de imóveis em leilões não pare de crescer.
Definitivamente não é hora de ceder à pressão dos “corretores de plantão”.
É esperar para ver.
CONCLUSÃO:
Uma das principais qualidades do investidor experiente é a forma seletiva de empregar o dinheiro. Antes de comprar imóveis na planta imaginando que está fazendo um “excelente” investimento, procure saber mais sobre a compra de imóveis em leilões.
De outro lado, a análise simplista de um “colega”:
http://www.odiario.com/blogs/papodebolsa/2011/06/26/o-brasil-esta-vivendo-uma-bolha-imobiliaria/