Índice de acompanhamento dos preços imobiliários em Brasília – Fabio Portela
Mais uma pesquisa do nosso amigo Fabio Portela, vale a pena conferir.
Fonte: http://opequenoinvestidor.com.br/2011/02/indice-de-acompanhamento-dos-precos-imobiliarios-em-brasilia/
Como os leitores sabem, tenho acompanhado com atenção os movimentos do mercado imobiliário do Brasil e, especialmente, de Brasília, cidade onde moro. As minhas análises pessoais, que tenho apresentado desde o fim de 2009, têm apontado para a formação de uma bolha imobiliária na cidade, causada por uma série de fatores, que vão desde a elevada renda per capita do Distrito Federal, passando pela ampliação do crédito imobiliário, pela suposta carência de novos terrenos na cidade e pela expectativa dos compradores de que os preços continuarão a crescer em ritmo alucinado. Segundo a especulação de alguns, a aceleração dos preços de imóveis na capital também pode ser explicada pela corrupção que assola o meio político da cidade e utilizaria a aquisição de imóveis como meio de lavar dinheiro ilicitamente recebido.
É possível atribuir o crescimento dos preços de imóveis na cidade a várias causas, portanto. Mas o crescimento é de fato sustentável? Há alguns meses, fiz um pequeno estudo mostrando que, aparentemente, os preços da capital (ao menos no Plano Piloto) estavam estagnados há aproximadamente um ano. Muitas pessoas (tanto no blog quanto conhecidos meus) questionaram a metodologia, dizendo que baseei minhas conclusões em poucas unidades, e não considerei as variações de preço decorrentes das particularidades dos imóveis, como o estado de conservação ou a sua localização.
Por esta razão, decidi começar um estudo mais sério. Acompanharei mensalmente a evolução dos preços no mercado da cidade, bem como a relação dos preços dos imóveis com o aluguel cobrado. Assim, já que nem o governo do Distrito Federal, nem praticamente nenhuma instituição séria divulgam dados confiáveis e periódicos sobre a evolução dos preços na cidade, resolvi eu mesmo construir um pequeno índice de acompanhamento dos preços imobiliários em Brasília. A ressalva diz respeito a estudo que é esporadicamente divulgado pela Universidade Católica de Brasília – e que também aponta para conclusões bastante próximas das minhas.
1. A metodologia
As premissas metodológicas que utilizarei são as seguintes: como não há bancos de dados públicos dos preços de imóveis na cidade, e os jornais só publicam o que as construtoras e imobiliárias da cidade divulgam (o que, evidentemente, já vicia a informação divulgada), utilizarei como base de dados os preços divulgados pelo portal Wimoveis, que é amplamente utilizado na cidade para divulgar os preços de ofertas de venda dos imóveis na cidade, bem como os preços de oferta de alugueis.
Tentei obter acesso direto à base de dados do portal, tanto via e-mail, quanto pelo twitter. O acesso à base de dados, em planilha própria, seria muito importante para construir uma metodologia mais confiável, porque eu poderia organizar os imóveis em várias categorias (tamanho, número de quartos, localização por quadra, etc), de modo a comparar os preços de imóveis parecidos. Mas, embora os primeiros contatos tenham sido travados há mais de dois meses, até o presente não houve resposta.
Mas a gente tem que trabalhar com o que tem a disposição. Apesar de não ter toda a base de dados a minha disposição, formulei uma metodologia alternativa, que também poderá permitir extrair algumas conclusões.
A ideia básica é a seguinte: selecionar uma média dos preços de apartamentos equivalentes da mesma região, a partir do número dos quartos, e acompanhar a evolução dos preços mínimo e máximo e dos valores mínimo e máximo do aluguel ao longo do tempo. Para fazer isso, tomei a média máxima e mínima de 3 unidades de cada tipo (3 maiores preços e 3 menores preços). É óbvio que a metodologia tem problemas, pois não permite comparar apartamentos por tamanho ou por localidade específica, o que permitira isolar apartamentos parecidos.
Mas a estratégia também tem vantagens peculiares. Ao pegar a média dos valores mínimo e máximo de preço e aluguel de apartamentos com o mesmo número de quartos, torna-se possível isolar faixas de valor de preço e de aluguel que, ao longo do tempo, permitirão ter uma noção geral da evolução dos preços e da relação média entre o aluguel e o preço dos apartamentos. Perde-se em particularidade, mas ganha-se em generalidade.
Além disso, também tomei o cuidado de verificar, na seleção dos imóveis, se o preço mínimo ou o máximo encontrado não era uma anomalia estatística. Por exemplo, se o maior preço de um apartamento de quatro quartos na Asa Sul for de R$ 6.000.000,00, mas for o único apartamento nessa faixa de preço, e em seguida houver uma faixa de preço com mais unidades à venda a um preço mais baixo (por exemplo, R$ 2.500.000), eu selecionei como valor máximo da unidade os R$ 2.500.000,00, para evitar a falsa impressão de que o apartamento de R$ 6.000.000,00 reflete um valor estatisticamente relevante. Da mesma forma, quando o valor mínimo do imóvel for discrepante da média dos imóveis de menor valor, também pegarei os valores que reflitam uma realidade mais relevante para a pesquisa. Além disso, retirei do universo da pesquisa unidades como flats, que têm uma dinâmica de mercado diferenciada, o que poderia afetar o resultado.
Também adotei a premissa de considerar como valor maior do apartamento não o valor máximo da unidade, mas o preço máximo dividido por 1,5. Ou seja, nos cálculos foi considerado que, como apartamentos mais caros representam menos unidades do que apartamentos mais baratos, então o peso do apartamento mais caro é menor do que o do mais barato para efetuar os cálculos. Na prática, isso significa que eu fui excessivamente cauteloso para o cálculo dos preços. Se eu errei, errei para baixo. Por exemplo, se a média dos apartamento mais caro de 3 quartos for de R$ 1.000.000,00, para os cálculos será assumido o valor de R$ 666.666,67. Em outras palavras, fui bondoso com os preços dos imóveis, com o objetivo de tentar amenizar o efeito estatístico de apartamentos que custam muito mais do que a média, mas que representam pouco no universo de apartamentos à venda. Na prática, isso significa que, se eu identificar que há uma bolha, na realidade ela deve ser ainda pior do que o que os números registrados mostram.
2. Como ler a tabela
Basicamente, os dados apresentados são os seguintes: preço médio das unidades [(preço mais caro dividido por 1,5 + preço mais baixo) dividido por dois)], preço médio dos alugueis (utilizando a mesma metodologia, para evitar a distorção com alugueis mais caros), a relação entre o valor médio do aluguel anual e o preço médio dos imóveis (coluna P/A) e quantas vezes o preço do imóvel é maior do que o valor do aluguel pago em um ano (coluna X). Essa relação é importante para avaliar se os imóveis estão sobrevalorizados ou não: uma relação superior a 6% indica preços baixos, e uma relação inferior a 6% indica preços elevados.
Escolhi os seguintes locais para análise: Asa Norte, Asa Sul, Taguatinga, Sudoeste, Guará e Águas Claras. Não selecionei o Noroeste, localidade com forte indicação de supervalorização nos preços, por não haver como comparar os preços com os alugueis cobrados. Afinal, nenhuma unidade do bairro está pronta e, portanto, nenhuma unidade está sendo alugada.
3. Resultados de Janeiro
Quais foram os resultados encontrados até o presente momento? Como este é o primeiro mês da pesquisa, não há como comparar com períodos anteriores. Mas, nos próximos meses, será possível analisar comparativamente a evolução dos preços. Mas, até o presente momento, temos os seguintes resultados:
Como o leitor pode observar, na média os preços de todos os imóveis está bem acima do que a relação média histórica de 6% indicaria. Os imóveis de 1 quarto têm uma relação entre o preço e o aluguel na casa dos 3,58%; os de 2 quartos, de 3,87%; os de 3 quartos, de 3,62%; e os de 4 ou mais quartos, de apenas 2,50%. Essa rentabilidade, por si só – desconsiderada eventual valorização do imóvel no período – é bem inferior à inflação (IPCA superior a 5%, e IGP-M, acima dos 10%).
Além disso, a coluna X também indica uma forte supervalorização nos preços: para que o leitor tenha uma ideia, o preço de um imóvel de 1 quarto no Sudoeste equivale a 28,84 vezes o valor de todo o aluguel pago em um ano inteiro. Esse patamar de preços é bastante próximo dos níveis vistos em uma cidade como Nova Iorque, a mais valorizada das norte-americanas. Nas unidades de quatro quartos, a situação é ainda pior, na casa dos 42,42. Caso o leitor clique no link anterior, verá que os níveis de preço de Brasília estão mais elevados que os de cidades como Chicago (13), Washington (12), Houston (13) e Los Angeles (20). Considera-se que o nível de equilíbrio de preços, segundo a métrica adotada na coluna X, é de 16,67.
É verdade que a situação não é a mesma em todas as localidades. A relação entre o preço e o aluguel dos apartamentos de 1 quarto em Águas Claras está na casa dos 4,91%, indicando uma situação de baixa sobrevalorização, próxima do valor normal que se esperaria (embora, ressalte-se, o valor dos imóveis mais caros tenha sido subavaliado), ao passo que imóveis similares na Asa Sul apresentam uma perigosa relação de apenas 2,71%.
Obviamente, esses valores ainda são bem superficiais. Apenas com a verificação de dados nos próximos meses será possível avaliar com maior certeza a situação. Mas já foi possível verificar uma preocupante sobrevalorização maior ou menor dos imóveis de todas as áreas pesquisadas. Em apartamentos de quatro quartos na Asa Norte, a relação chega a perigosíssimos 2,22%. Isso significa que, para alcançar a média histórica de 6%, o preço deste imóvel deveria cair 63%!
3. Convite ao leitor
Você quer saber como está a situação de sua cidade?
Infelizmente, eu não tenho o tempo necessário para investigar a situação de outras cidades que tiveram forte crescimento nos preços de seus imóveis. Mas você pode me ajudar a verificar a situação de sua cidade.
Se você mora em uma das cidades mapeadas pelo banco de dados do Wimóveis (ou de outro banco que contenha dados abrangentes de sua região) e está interessado em mapear a o nível de preços da região, me envie um e-mail ([email protected]) para que eu possa te enviar minha planilha de cálculos e ensinar a fazer um estudo como esse! Com a contribuição de todos, poderemos ter uma ideia mais geral de como está a situação do mercado imobiliário pelo país!
Bom, que existe uma bolha é fato. Agora isto já é noticia em jornais no exterior também, comentario geral na empresa onde trabalho, no banco onde tenho a conta, e dos corretores em geral (não estão vendendo). Existe algum método estatístico para termos noção de quando vai estourar? Tenho lido que a vida das bolhas é de uns 7 anos, na media. Porém não sei quando devemos considerar o inicio da bolha brasileira. Se for 2007 vamos pelo 5to ano, se for 2006 vamos pelo 6to. Pode me dar uma dica?
Gostaria de parabenizar o Fábio pela legítima pesquisa, afinal não temos nada nesse sentido.
Eu tenho um blogue também com outra temática e entendo que depois que passamos a produzir conteúdo, começamos a entender que o mundo das notícias convencional é muito pobre em conteúdo na verdade, são um bando de repetidores de informações.
Esse seu trabalho é muito útil, e inclusive te sugiro criar uma página como aquela do link que você enviou com os preços nos EUA aqui para o Brasil. Com infomações de capitais importantes do país. Tenho certeza que seu site será muito acessado e cada vez mais útil nesse universo pobre de informações relevantes sobre o mercado imobiliário. Tenho certeza que com dedicação seu site se transformará em referência nacional para tomada de decisões imobiliárias.
Eu fiz um comentário em outra matéria do site falando dos preços dos imóveis no Cruzeiro, acho que seria interessante incluir o cruzeiro na sua pesquisa. Essa “cidade” com certeza mostraria já o efeito da bolha na passagem de janeiro para fevereiro de 2011. Eu já constatei isso com minha observação de investidor… E arrisco escrever que os imóveis do Cruzeiro passaram por uma correção de aproximadamente 10 a 20% do mês de jan/2011 para fev/2011. Alguns podem até me chamar de louco, mas nesses horas de euforia, quem faz estudos sérios são criticados, mas são pessoas como você que terão sucesso no futuro, evitando e advertindo as pessoas de que a crista da onda está próxima.
Parabéns
Apoena
Olá, tenho acompanhada o blog com interesse e gostaria que vocês me tirassem uma dúvida.
Comprei um apartamento para morar (na planta) em Natal (RN), cidade cujos preços de imóveis são bastante inflacionados por causa dos estrangeiros que vêm morar aqui. A entrega está prevista para início de 2014. A construtora é bastante conceituada aqui e, pelos dados que temos, inspira confiança. Sou funcionário público estável, não ganho mal e programei o valor das prestações de modo que esteja dentro das minhas possibilidades.
Nessa perspectiva, no que o estouro de uma bolha imobiliária poderia me afetar? Risco de a construtora não terminar a construção? Prestações aumentarem de algum modo? Falta de financiamento depois da entrega das chaves?
Gostaria muito que me ajudadassem a entender melhor isso para poder decidir o que fazer enquanto é tempo.
Grato.
Francisco
Não vejo riscos de a construtora não entregar o imóvel. A unica coisa que pode acontecer, é dos preços baixarem um pouco, e acabar ocorrendo a sensação de ter pago caro. Parabéns pela aquisição.
Abraço
o negócio é comprar imóvel em dubai
http://www.bhomes.com/UAE/residential/sales/Dubai/Dubai_Marina/Marina_Diamond_4/294005.xhtml?areaUnit=Sq.M¤cyUnit
com R$ 400 mil dá p comprar esse apt ai
Acho que os “investidores” em brasília estão colocando em xeque a sanidade mental dos brasilienses…só pode!!!!!!!! ou serão eles os insanos?}
Hahahaha
Vou comprar dois para mim !!!…hehe
Parabens pelo estudo.
So quero levantar alguns pontos. (Nao sou de Brasilia, sou do rio)
Acho que temos que perder um pouco a vontade de achar que o que ocorreu nos EUA, talvez a segunda vez em 100 anos, ocorrera no Brasil semana que vem. A estrtura do mercado imobliário lá é muito diferente. O que startou a crise foi a classe dos subprimes, pessoas que muitas vezes nao tinha renda, davam 0 de entrada. Existia uma classe de mortgage chamada ARM (a taxa comecava bem baixa, ja que a pessoa nao podia pagar,e como se esperava q o imovel subisse, ela ia sendo reajustada pra cima)
Outra coisa é o MEW (mortgage equity withdrawal), que com a valorizacao da casa, como a garantia no banco valia mais, a pessoa retirava essa valorizacao extra em $$ e logico q gastava, e ai qd os precos comecaram a cair, era o inverso, a pessoa era chamada em “margem”…
como o mercado era MUITO securitizado, os bancos nao se preocupavam com as avaliacoes de credito, enfim.. acho q os mercados sao MUUUUIIITO diferentes.
Voltando pro Brasil, acho q aqui (pode nao ser o caso de BSB) e fato q existe um deficit habitacional, a nossa piramide etaria ainda esta envelhecendo (o que aumenta a demanda por casa), aqui existe uma entrada razoavel no financiamento, o que faz que a pessoa nao devolva o imovel (aumento o estoque a venda e pressionando os precos), ela vai parar de comprar tv de led, viajar, vender o carro, antes de entregar a casa, ja que na nossa cultura a casa é o q a pessoa tem de mais importante..
O credito imobliario aqui é 3% do PIB.. baixo.. somos um pais novo (so existimos a partir de 94) aprendendo a viver a estabilizacao economica…
A compra de casas que tenho visto sao de primeiros compradores, nao é especulacao (ate pq as taxas aqui, nao fazem a casa ser tao liquido assim)
Quantas pessoas vcs conhecem que querem comprar, mas ja que subiu muito estao esperando… ou seja .. qualquer queda ou estagnada tem uma demanda reprimida enorme..
e mais (critica agora) .. quem ta falando que esta em bolha ha 2 anos, nesses 2 anos ja subiu
30%.. se os precos cairem eles vao voltar ao que estava no meio de 2010.. e assim vai…
enfim.. eh minha opniao.. qq coisa vamos discutir mais..
abs
Bom, sem dúvida o assunto não é tão simples, pode ter muitas interpretações. Porém, também existem muitas formas de avaliar. Uma delas é digitar “bolha imobiliaria brasileira” no Google, e ver como se multiplicam as paginas sobre este assunto. Pode se ensaiar digitar em inglés ou espanhol, e o resultado é o mesmo. Outra forma, é seguir os preços nos jornais. Infelizmente não guardo jornais antigos, pois senão podería ter a mais bela estatística de preços sobre os imóveis de POA, onde moro, tabelada com preços mes a mes, alugueis e quantidade de lançamentos. O aumento dos preços é assustador, porém os alugueis nem tanto. Nem falar da quantidade de lançamentos que existem. Há uns meses o setor de imóveis no domingo no jornal Zero Hora chegou a ter 80 paginas. Normal? O dobro que o resto do jornal. São coisas que chamam a atenção. E muito. Hoje a mesma seção tem 56 (ainda muito), sinal de que o ponto mais alto da bolha pode ter passado e estar a ponto de estourar. Vamos ver, realmente quando não se dispõe de dados confiaveis e imparciais, temos que usar nosso “instinto”, nossa propria inteligencia. Os sinais se multiplicam. Em outro comentario meu deixei o link dum jornal financeiro espanhol (que agora entende muito de bolhas) e diz que a situação aqui e a mesma que na Espanha antes de estourar. Mais uma coicindencia. E para não esquecer: os empresarios espanhois de setor imobiliario estão fazendo negocios no Brasil…
acho esses sinais que voce citou muito fraco.
ja viu os anuncios de carro?
e de tv de lcd?
e de viagem pros EUA?
e de produto de beleza para as mulheres?
eh tudo bolha?
gente, o pais cresce, e esse crescimento é riqueza, e essa riqueza é distrubida aqui dentro (la pra fora tambem, via remessa de lucros e dividendos, que esta na maxima historica tambem), logo, as pessoas vao comprar mais, vamos virar um pais normal, onde as pessoas tem casa, viajam, trocam de casa, de carro, tem credito…oferta e demanda…
O desemprego ta na minima…
Sem duvida que a economia é cíclica (esse é um erro de muitos, achar que tudo será azul sempre), em algum momento (daqui a pouco na minha opnião) o país vai desacelerar, o desemprego aumentar, a inadimplência também, e os preços podem cair (não esqueca qeu aki temos inflacao de 4%-5% ao ano o que ajuda os precos das casas), agora daí dizer que é bolha, acho cedo.
Antes da crise, todo mundo era genio da bolsa, dos IPOS, ia num chopp e so tinha mago, um ganhava 10%, o outro 20%, o outro 50%…
Depois da crise, todo mundo quer achar alguma coisa pra dizer que é bolha.. acho precipitado ainda.
pode ate ter uma bolha (e é facil falar isso, pq um dia os precos podem cair mesmo…, mas: “being early is the same as being wrong”) mas com todo respeito, acho que os sinais que voce citou nao servem
mais dois pontos que queria colocar (um a favor e um contra a sua teoria)
1 – a baixa relacao aluguel/valor do imovel, na minha opniao diz exatamente o contrario do que vc acha. Eu acharia que os precos tenderiam a cair se essa relacao estivesse alta, sinalizando que estaria tendo uma demanda por imovel para investimento de curto prazo, e nao seria uma demanda final… ao primeiro sinal de queda de preco, esses compradores “vomitariam” as casas. Como essa relacao esta baixa, me diz que essa demanda, eh demanda final, sao pessoas que nao estao preocupadas com isso, elas nascem “xort” (usar termo de mercado) em casa, e simplesmente “zeram” a posição quando adquirem um imóvel, ou seja, estão “zeradas”, pode subir ou cair, pra elas nao importam, elas querem é morar numa casa própria, no lugar que elas gostam. Agora imagina se essa relação estive em 3x o valor do CDI? TODO mundo iria querer ter um imóvel pra ter esse retorno, e só por isso, não para morar…
2 – No seu caso em BSB, como os salários são mais previsíveis, acho que a conta legal de se ter na cabeça é: A renda média de um casal de BSB é sei lá (não faço idéia) 15mil… com as regras atuais esse casal poderia ter uma prestação de 3,5mil… em 360 meses isso da uns 350 mil de financimento, mais uma entrada de 100 mil, esse seria o preco medio de BSB… se as regras mudarem (e se mudar sera para favorecer o comprador) ou se os salarios aumentarem, isso muda, do contrario, acho q fica por ai.. acho q vc deveria torcer pra nao ter mais aumento pro funcionalismo publico que ai os precos param.
so mais uma coisa: Existe bolha no mercado de automoveis? um carro popular ha 15 anos era 10mil, hoje é 30mil!!! e estamos falando de um bem de consumo… o pais ta enriquecendo, se o PIB per capita cresce, as pessoas ficam mais ricas….
Não é para polemizar, mas nos carros temos os preços mais altos do mundo e em muitos dos artigos de consumo que tu mencionou (com certo sarcasmo, segundo entendo) também temos os preços mais caros do mundo, e isso não tem nada a ver com as pessoas mais ricas, e sim com o acesso a credito a perder de vista e com taxas mais baixas do normal para este país. Tudo mundo esta se sentindo rico e cosnsumindo por causa disso. Mas as dívidas terão de ser pagas, e o consumo cairá, o desemprego aumentará…ou seja a bolha vai estourar. Em dezembro / janeiro, foi subida a taxa de juros e os a venda de carros caiu em picado (mais de 20%). Entendo seu otimismo e eu também gostaría que o Brasil ficasse cada vez mais rico, crescendo “para sempre”. Mas essa não é a realidade.Os preços dos aluguéis não aumentam na mesma proporção que os imóveis, pois ninguém consigue “credito para pagar aluguel”. O pagamento de aluguel segue saindo do salario, que apenas aumentou nos ultimos anos. Isso sucede em todas as bolhas. Antes do estouro, na espanha, se multiplicavam nas redes sociais os conselhos para fazer estourar a bolha que existía por lá (não compre: alugue, basicamente). Por outro lado, e para finalizar, a avaliação por “quantidade de publicações” é a utilizada para classificar a lista das melhores universidades do mundo… por diversas consultorias americanas, inglesas e agora também chinesas. Sugiro rever sua opinião desse parámetro como um sinal fraco.
Duda, nao tem problema polemizar nao…
e nao foi tom de sarcasmo nao.. eh q nos argumentos gosto de ir pros extremos pra facilitar..
acho a discussao saudavel, anote meu e-mail [email protected].. se quiser podemos trocar uns e-mails… tem um relatorio de um banco gringo de mais de 100 paginas que saiu essa semana sobre housing no brasil se quiser te passo…gosto muito de debates
Eu otimista? se meus amigos lerem isso vao me internar… trabalho no mercado financeiro e estou vendido ate o talo nessa bolhespa… e vou ver de camarote ele desaguar…
acho que o melhor do Brasil ja passou… o salto que demos de 1994 pra ca (que era facil pq eramos um pais quebrado) nao sera possivel nos proximos 15 anos pq nao fizemos o dever de casa, com reformas fiscais, tributarias, nao investimos em educacao, temos a sorte de papai do ceu ter dado oil e minerio pra gente, senao… ja era…
eu por exemplo acho q os juros aqui estao errados…juros de 1 digito aqui é sonho, esse pais aqui nao pode crescer um pouco que la vem inflacao…eh o custo brasil… na maior crise dos ultimos 70 anos a inflacao aqui foi NO CENTRO DA META…sou nada otimista com Brasil nao…
Agora, tenho comecado a olhar o mercado de housing aqui com mais carinho e ainda acho q nao podemos podemos fazer esses paralelos com outros paises, PRINCIPALMENTE os USA…
acho que voce falou certo.. nao temos que olhar o output (preco das casas) e sim o input (renda, emprego e credito).. se conseguirmos visualizar uma mudanca radical nessas variaveis, ai sim o output muda, mas falar em bolha (o greespan por exemplo no livro dele diz que pra ser bolha o ativo – financeiro, mas vamos roubar a definicao – tem q cair 40%!!!), ai eu acho pouco provavel… ainda mais do preco que esta…
sei que as coisas aqui estao caras.. principalmente pros gringos, porque pela paridade do poder de compra, era pra nossa moeda depreciar, mas como ela ta apreciando lote, tudo aqui ta explodindo…
pra concluir, vejo esse movimento como normal, de um pais que ta deixando de ser falido pra ser normal…
antes de 94 eramos o pais dos famintos, ai comecamos a comer frango (quem nao se lembra do simbolo do real), declaravamos o telefone no imposto de renda, ai fomos comprar celular, nao tinhamos eletrodomestico, ai passamos a comprar geladeira, tv.. tinhamos carrocas, ai comecamos a comprar carro, somos hoje um pais dos sem casa, estamos mudando isso.. nao vejo bolha…vejo demanda final, sem ser forcado a vender, nao vejo os precos caindo 40%
Cara, podemos trocar opiniões por aquí. Acho um espaço bom, sem “poluidores”, e de modo geral com opiniões consistentes, pelo que acho saudável outros opinarem também acima dos nossos comentarios. Concordo contigo em que um paralelismo com a Bolha de USA não faz sentido (isso foi o exagero dos exageros, a mãe de todas as bolhas, com exeção da chinesa que veremos como termina). Não acho possível os bancos brasileiros facilitar crédito a desempregados, ou pessoas com baixa renda, isso sería sonho. Mas sim é possível um paralelismo com a Espanha, muito forte. Foi o país “de moda” a partir da criação do euro, os investimentos fluiram, o dinheiro e o crédito abundou, as pessoas se “acharam” ricas, se endividarom a preços estratosfericos, e no primeiro espirro de crise mundial, o dinheiro saiu… e o resto tu já conhece. Muito parecido com o Brasil desde 2006 até hoje. Capitais entrando em abundancia, dolar caindo, excesso de confiança… Da uma lida no link que sugerí antes. SDS
“taxas mais baixas que normal” ?
Se vc se refere a taxas de juros saiba que são umas das mais altas do mundo.
Abs
Obs: 10 mil reais há 15 ano equivale + ou – a 30 mil hoje. É a inflação. O carro continua custando a mesma coisa, o $ é que desvalorizou, como é normal.
Isso é muito diferente de dobrar de preço em 1 ou dois anos…
Abs
galera,
quem puder ter acesso a um relatorio do JP Morgan sobre o mercado de housing no brasil, publicado dia 8 de fevereiro, acho muito valido
sao mais de 100 paginas, dissecando o mercado, fala da estrutura de financiamento (SBPE e FGTS), estima o deficit habitacional por estado e principais regioes, numero de lancamentos, precos, enfim… um estudo com algum embasamento…
José
Não sei quanto ao mercado imobiliário, mas sei que na bolsa de valores, quando se fala em ações que o JP Morgan indica, pode saber que eles estão querendo vender…São meio tendenciosos.
Att
isso é o que eles querem que vc veja JOSÉ!
Moro em Recife e os preços aqui estão nas alturas, alta de 115% em média.Um apartamento de 2 quartos está em torno de 150.000 em um bairro regular.existem estudos afirmando que a renda nacional é em média em torno de 1500 e aqui no nordeste está em torno de 1000,ou seja,o cara passa de 4 a 5 anos na faculdade e vai ganhar em média em torno de 3000, e olhe lá! sei que isso não pode ser um perfil nacional,até porque essa realidade muda em diferentes lugares do país,principalmente nos lugares onde existem empresas de grande porte.mas serve como uma referência.Com essa renda só dá para financiar 100.000.O que o trabalhador faz?casa-se para poder juntar a renda,ou seja,exigi-se essa condição pregressa para o exercício do direito fundamental da propriedade.O Estado adota como princípio a não distinção de qualquer natureza, inclusive a de estado civil, mas com a atual política econômica adotada não tem outra saída.
O que quero dizer é que a demanda existe porque fatores como esse estão ocorrendo. A razão da transformação se deve a mudança na estrutura familiar devido a uma nova conjuntura socioeconômica e que especuladores estão tirando proveito da situação. Aí vem a mídia dizendo que a renda do trabalhador melhorou e é por isso que o mercado está aquecido. Nada justifica os atuais preços. Pergunte quem teve sua renda dobrada ou triplicada nos últimos 3 anos.
O que se observa são manobras políticas para o aumento do lucro das construtoras, dos bancos, do governo e dos especuladores, forçando através dessas manobras o aumento do endividamento não mais de um trabalhador brasileiro e sim de dois trabalhadores(casal) e por um prazo muito maior.
É especialista falando que não tem bolha, jornal dizendo está cada vez mais fácil a compra da casa própria, banco cedendo crédito fartamente, e governo com programa para enrolar besta. Não que o programa não tenha um fundo social,porém aquecer demais uma determinada área da economia acaba causando distorções de preços e quem realmente se beneficia são apenas pessoas que se utilizaram fase inicial do programa tendo em vista que depois os preços se ajustam a demanda do mercado de forma que subsídio e taxas pouco interferem no valor final pago pelo trabalhador tendo como referência o valor inicial antes do programa.Porém para quem não se enquadra no programa os preços ficam nas alturas,dando margem para as 4 figurinhas mencionadas anteriormente tirarem benefício da situação.
É preciso que as pessoas tenham consciência dessa situação,observem os anos trabalho a serem despendidos para aquisição do imóvel,não somente seus,mas de toda classe trabalhadora.Pense na opressão que acaba sendo exercida no casal.Tudo em favor das figurinhas!
Vamos criar mais um modismo que hoje existe com o meio-ambiente,ou seja,evite o desperdício de água porque…recicle o lixo porque…evite comprar imóvel porque…
Qual a sua opinião?
Andre,
vou colar um comentario de um relatorio entao… vou nem traduzir…
Although the nominal price/m2
has increased since 1996
(+158%), the price/m2 adjusted
by INCC inflation declined 9% in
the same period. However, we
believe that this has been
impacted by a higher proportion
of low-income units in the mix.
detalhe: the price/m2 adjusted by INCC inflation declined 9%
isso eh dado de lancamentos na regiao metropolitana de SP
Bolha Imobiliária,
trabalho ha alguns anos no mercado financeiro (nao de equity mas de FX) e acho o JP a mesma porcaria dos outros bancos em relação a equity.. eh so BUY, BUY, BUY, nao sei qts % de upside, tudo azul…
Agora… cabe a cada um olhar as premissas (quem entende de valuation ne) e criticar se acha que tem alguma muito esticada…na verdade, como em qq coisa que a gente le ne…
Quanto a Sp eu não sei, mas no Rio os preços de mercado estão o dobro dos preços de 1998 ajustados pelo IGPM, que é o índice de inflaçao mais conservador neste caso (o maior).
Os imoveis vinham crescendo acompanhando a inflação até 2008, depois explodiram. Não sei de SP, mas não deve ser muito diferente do Rio, pois tirando o fator Olimpiadas (que é o de menos), o resto é igual.
Estranho este dado do relatório que vc mostrou. Talvez o INCC não seja bom pra isso, não sei.
Abs
Por favor ler este novo link, muito interessante:
http://www.cotizalia.com/en-exclusiva/2011/nuevo-dorado-pierde-brillo-brasil-inmobiliario-20110211-64863.html
bom texto, na verdade o que ele faz referencia eu achei melhor.
se vc olhar no site do “IBGE” da espanha, a serie de precos de casas eh nova, desde 2007, mas olhando esse periodo do high ate agora os precos cairam 8% (parece puco ne), tem lugares que cairam 17 e outros nem sentiram….
agora so uma coisa pra pensar..
ate 2 anos atras achava que o santander ia quebrar (ou entao tinha uma magico na contabilidade), pq se teve bolha la, e estourou e la era muito mais concentrado (nao era como nos USA que alem de ter varios bancos, a fennie mae e freddie mac eram bem grandes), era pra ele sentir na veia…
ai eu vi um estudo mostrando a diferenca dos mercados e o quao menos alavancado era o sistema de financiamento espanhol…quando comparado ao USA
Isso. Se entrar seguido nesse jornal, tem muitas analises interessantes, e tambem muitos comentarios dos leitores (as vezes até melhores que a reportagem que os ampara). Justamente um debate que eles tem ha tempo por lá é porque os preços dos imóveis niguém admite que baixam. E o motivo é a maquiagem contábil de bancos e imobiliarias, se admitissem que os imoveis que tem no seu poder valem, vamos supor, 50% menos (o que tranquilamente pode ser verdade), muitos iriam direto á falencia… Por isso agora falam das imobiliarias como “mortos viventes” (Zumbis). Todos sabem que estão com respirador artificial. E muito interessante ler o que passa por lá, pois é um pais de cultura latina, proximo de nossa forma de pensar, atuar e negociar. E por lá falam (cada vez mais) do Brasil, como um caso parecido ao deles, por isso e bom ficar informado. SDS
Pessoal, ta parecendo que não é so especulação a bolha não, o Governo ta começando a se concientizar e ta querendo frear, mas vai acabar fazendo o contrario.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/874041-governo-quer-criar-indice-de-preco-para-imoveis.shtml
Concordo. O governo é como um elefante numa loja de cristais. Mais se move, mais quebra…
Com bolha ou sem bolha eu fico de fora do mercado. Acabei de vender meu apartamento e vou migrar para outras aplicações e morar de aluguel. De 6 meses para cá os preços estabilizaram (na minha opinião atingiram o máximo da capacidade de compra/pagamento dos compradores da minha região), os alugueis estão com relação de 0,4% ou menos em relação aos preços dos imóveis. Não acredito em uma desvalorização abrupta pelo menos até o fim das olimpíadas. Mas ganhar com imóveis como nos últimos 5 anos, não acretido mais. Resumo: quem já comprou pra morar, seja feliz; quem mora de aluguel, permaneça; que especula, venda!
amore tem uma abela de precos medio…vou olhar no jornal tb e te falo!!bjao!t
O grande problema é que os mananciais de abastecimento de água no Distrito Fedral estão no seu limite e faltará água em breve. O lago paranoá é improprio para o consumo pelo fato dos homônios femininos derivados dos anticoncepcionais engeridos pelas mulheres. A CAESB não está dizendo a verdade a população, ou seja esta ometindo esse fato que é grave. Este fato é gravará a situação da a bolha imobiliária.